"EPISÓDIO TV GLOBO"
(Cometários referentes as matérias exibidas em 19, 21
e 22/10/96, no "Jornal Nacional", da "Rede Globo de
Televisão", sobre os Serviços Notariais no Estado de São Paulo - SP)
II-
Autor: Dr. Sérgio
JACOMINO , in "Editorial", no Site do 2° Registro de
Imóveis e Anexos de Franca - SP.
"Deu na TV: cartórios, indústrias do carimbo".
Vivemos uma época de profundas transformações. Experimentamos mudanças jamais sonhadas pelos nossos pais e com certeza somos protagonistas dessa marcha inexorável de renovação que é também ética e dos costumes. Mas é preciso estar atentos.
Em tempos de mudanças, devemos manter a postura crítica e vigilante. É preciso distinguir claramente o que está em jogo. Essas considerações que se fazem, refletem a preocupação dos registradores e notários brasileiros, profissionais sérios deste país que verificam, consternados, a banalização de sua atividade e a generalização que os meios de comunicação de massa fazem das mazelas que infelizmente ainda persistem em alguns serviços registrais e notariais, como bolsões do atraso e da ineficiência.
Mas, estejamos atentos! A série de reportagens da televisão chamou a atenção da sociedade para a necessidade de aperfeiçoar, ainda mais, os nossos serviços, ainda que se pudesse lamentar que não se seguiu, à série de reportagens denegridoras da instituição, a ressalva necessária de que há bons notários e registradores, prestando inestimáveis serviços à coletividade.
Nem vamos arvorar-nos em críticos da mídia eletrônica por lançar mão de um surrado artifício, eticamente reprovável,que consistiu na "demonstração" da desnecessidade desse serviço - falamos especificamente do repórter simulando o registro de um documento forjado e esdrúxulo. Seria o mesmo, ad absurdum, que matar um cidadão para provar o quanto é ineficiente a segurança pública.
Exemplos como esse, que só denigrem os órgãos públicos, não contribuem para aperfeiçoamento das instituições democráticas. O papel da imprensa na defesa dos interesses dos cidadãos deve ser realçado e prestigiado por todos nós, não a distorsão que cria a falsa idéia de que os serviços notariais e registrais desse país são, em regra, ineficientes, onerosos, anacrônicos e, o que é pior, desnecessários.
Mas aceitemos a crítica como um desafio. Encaremos o fato como um estímulo ao aperfeiçoamento. Não desanimemos da árdua tarefa de demonstrar que é possível a prestação de um serviço público, de evidente importância e relevância para a cidadania, com toda a eficiência e segurança. Devemos essa resposta à sociedade.
Com relação às denúncias tão amplamente difundidas, cabe-nos nesta hora prestigiar o Tribunal de Justiça de São Paulo para que tome as providências correcionais devidas, provadas as faltas e assegurada a ampla defesa e o devido processo legal.
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